quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Um Cavalheiro Andarilho Parte 2: Névoas Esclarecedoras

  Um cemitério qual as lápides apareciam à noite apenas.
No crepúsculo daquela cidade sempre aparecia uma névoa densa, assim o segredo das lápides se escondia com êxito. Mas o segredo não era o aparecimento delas à noite, mas sim o sumiço delas pelo dia. Ninguém sabia disso, a não ser o Coveiro. O Coveiro sabia de tudo.
  O cemitério fica aberto todos os dias, o dia inteiro. O Coveiro não dormia, pois se ele dormisse ele sonharia. Se ele sonhar, as lápides de vidro se quebrariam. Todas as lápides daquele cemitério eram de vidro, menos uma. Todas as lápides sumiam pelo dia, menos uma.
  A primeira lápide, a primeira que você enxerga pela abertura dos portões pesados, essa era de pedra e não sumia de dia, só à noite. Era a lápide do Coveiro. Aquele era o cemitério dos vivos. E só o Coveiro sabe desse segredo. Ele e o Cavalheiro Andarilho que passeava pelo cemitério às sextas, eu dedicava o dia inteiro para passear naquele lugar.

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