quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Isqueiro à primeira vista

   No instante que subi no ônibus e vi você sentada no banco do fundo, eu esqueci que tinha pego o ônibus errado. Sentei do seu lado meio sem jeito e logo tu me olhastes, não entendi muito bem mas quem puxou assunto foi você. Achei engraçado quando sem mais nem menos você me puxou junto para fora do ônibus e começou a me beijar na chuva, foi demais. Te carreguei por duas quadras até seu prédio com muito esforço para não ceder aqueles seus beijos no meu pescoço. Não o bastante, quando eu te abracei como despedida naquela tarde fria, você me puxou para o elevador e me fez de cobertor se enrolando em mim.
  Doze longos andares, mas foi o aquecimento para o que vinha em seguida: abriu a porta chutando e me jogando no sofá, disse que faria algo para me esquentar, enquanto eu descansava você foi para cozinha tomar um copo d' água depois de deixar a banheira ferver. Suas curvas por baixo daquela toalha me guiaram num banho de espumas daqueles que jamais esqueceremos o que aconteceu em baixo daquela tensão superficial de beijos e amassos.
  Na cama foram recitados poemas depois que você permitiu folga para minha língua, heh. eram vinte listras no cigarro que te separavam de um bom sono, mas na décima nona tivemos a coragem de dizer nossos nomes.  Eles combinavam tanto quanto nosso encontro nada planejado.
  Espontâneo amor, à primeira vista. Nesta noite não ousamos sonhar com qualquer coisa que não seja nosso futuro entrelaçado como uma cinta de couro firme algemando suas mãos culpadas de roubar meu coração. Firme como o jeito que minhas mãos estarão no momento que eu roubar de ti o que tenho por direito.

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